Vacina contra a dor
19 de março de 2021Artigo publicado no Jornal A TARDE (Bahia), escrito por Divaldo Franco – Professor, médium e conferencista
O desamparo e a indiferença são irmãs gêmeas, doenças pandêmicas que assolam a humanidade. Desde eras incontáveis carregadas de injustiça, elas driblam todos os esforços e se instalaram na modernidade.
A ciência atual com toda sua sabedoria ainda não conseguiu compreender como tratar aquelas viroses amparadas pela competição e luta de poderes que geram agressividade, resultando notar-se em todo lugar e em quaisquer ideologias os atritos que conseguem separar corações amigos, que, ainda não confirmados pelo amor, sobrepõem-se aos sentimentos para fixar-se em desejos de curta duração e que geram o vazio existencial.
Só a terapêutica mais simples, de um homem simples artesão do amor, que foi Jesus, oferece a pauta do roteiro para encontrar a vacina que vai prevenir males diversos e dores infinitas.
A Dra. Candace Pert esclareceu em seu livro “Molecules of Emotion” que as emoções estão interligadas com as moléculas e vice-versa, daí a importância de codificar as emoções reprimidas e libertar a alma do sofrimento que, em continuação, será uma dor física.
No final, o que faz sofrer mais, uma dor física ou a separação afetuosa daqueles corações queridos que nos iluminam com sua presença?
A vacina do amor tem que ser tomada em várias doses, que devem ser contínuas, a fim de que ofereçam a imunidade necessária e assim vencer o sofrimento.
A culpa como sintoma fala incessantemente de nossa indiferença perante a vida, porque isola a dor e recusa viver, portanto, predispondo para sofrer as consequências do abandono da ética e moral.
A vacina ideal para esta e as épocas vindouras terá que possuir uma boa dosagem de gentileza que espalhe sorrisos, que traga leveza às mentes atormentadas pelo materialismo que ainda não permite pensar-se que somos seres metafísicos, estelares e filhos de Deus.
A nossa vacinação consistirá em várias doses de perseverança para que o bem se imponha, para que os bons não fiquem calados e que sejamos todos uma família disposta a compartilharmos nossos problemas, conflitos e juntos vivenciarmos a solução do amor.
O remédio perfeito abrirá os olhos de todos para discernirmos que as verdadeiras lideranças estão nos lares, nos afetos legítimos, responsáveis pela superação das paixões.
Hoje, quando se têm tantas dúvidas sobre vacinas, para conseguirmos a sua real efetividade, deveremos primeiro refletir se estamos dispostos a tomar a do amor para engrandecer nossos corações.
Na tradição evangélica o coração, como nascente de bênçãos e de emoções, deve ser cultivado pelo bem, pelo devotamento à vida em todas as suas expressões.
Quando conseguirmos viver as expressões do bem, teremos tomado a vacina contra o mal e seremos saúde integral.
Artigo publicado no jornal A Tarde, coluna Opinião, 5 de fevereiro de 2021.